Que
belo espetáculo proporcionava o povo desse lugar. Espetáculo bem
maior que o colorido dos carros, o show de luzes, ou o ronco dos
motores. Milhares de pessoas se reuniam para prestigiar o evento. Não
havia frio ou chuva capaz de arrefecer a paixão de um povo. Paixão
por carros e velocidade? Com certeza. Mas paixão ainda maior
mostravam por essa sua terra. Não se tratava de um evento desportivo
qualquer. Essa multidão ali reunida, de todas as idades, exibia nos rostos a mensagem clara: esse era o nosso evento. Nossa casa. Nosso
lugar. Puro bairrismo, confundem alguns, menos observadores ou mais
cínicos. Orgulho verdadeiro, sente quem é capaz de sentir.
E que diferente mistura era esse povo. Capaz de confundir até os estudiosos
do assunto. No país onde se conclama que todos vistam verde e
amarelo e torçam pela maior paixão nacional, o futebol, eles se
vestem com pesados agasalhos, enfrentam o frio cortante da noite, para
assistir ao rally. Boa parte daquela gente, não torcia por uma
equipe, um carro, ou um país. Mas todos torciam por sua cidade.
Queriam mostrar ao mundo, que esse seu lugar, quase perdido na
imensidão de um país, era o lugar certo para sentir orgulho. E
orgulhar-se de sua terra, não era tarefa fácil para quem vive nesse
país. Mas esse povo, tinha motivos de sobra de orgulhar-se de sua
história, sua hospitalidade, seus valores e suas conquistas, e de
não ter vergonha de mostrar ao mundo esse orgulho. Quem sabe um dia,
o país do futebol, aprenda com essa gente de Campo Pequeno, a
vestir-se de dignidade e paixão por sua terra. Nesses dias, chuvosos
e frios, o gigante país do futebol orgulhava-se do povo e da terra
do rally. Um dia, quem sabe, o povo dessa terra possa voltar a se
orgulhar de seu país.
Muito bom teu comentário!!
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