A
ideologia do politicamente correto tornou-se uma praga que parece
estar transformando as pessoas em idiotas sem discernimento. A ideia
ridícula e inviável de um mundo cor de rosa, onde não existe
sofrimento, contrariedades, desigualdades ou preconceitos de qualquer
espécie, abandonou o imaginário pueril dos livros de histórias
infantis e vem invadido de forma assombrosa as entranhas de nossa
sociedade. Seguindo essa lógica, travestidas de políticas públicas
inclusivas, o Estado tem tomado para si o direito de tutelar até o
comportamento e as convicções de seus cidadãos.
No
fantasioso mundo politicamente correto todos precisam ser eternamente
felizes. Para conquistar esse estado de catarse utópica, os
idólatras da ideologia do politicamente correto, defendem e
implantam verdadeiros absurdos, que seriam dignos de piada se não
estivessem imbecilizando cada vez mais nossa sociedade. As crianças
não podem mais ser frustradas ou conhecer o fracasso. Se não
conseguem aprender o suficiente no ano escolar, não podem repetir o
ano e retomar o que foi perdido. Precisam seguir em frente,
claudicantes, pois precisamos “valorizar o saber dessas crianças”,
mesmo que elas não consigam formar três ou quatro frases ao final
do ensino fundamental. Temos, hoje, adolescentes semianalfabetos,
incapazes de calcular o troco na compra de figurinhas da Copa do
Mundo, mas com certeza com a autoestima nas alturas. Certamente o
mercado de trabalho não terá a mesma condescendência politicamente
correta ao bater com a porta na cara desses pobres jovens no futuro.
Jovens que, por omissão e negligência do Estado, se tornarão
vítimas permanentes da mais definitiva – e prevenível - das
exclusões. A exclusão social.
Com
a alegação de proteger do sofrimento todas as crianças órfãs, de
pai ou mãe, ou as filhas de casais homoafetivos, nos últimos anos
circulam projetos que buscam abolir as comemorações nas escolas dos
dias das mães e dos pais. Projetos com ares de inclusão que só
incluem fantasias distorcidas nas cabeças alienadas de quem as
propõe. Essas crianças convivem, como sempre conviveram em todas as
épocas, no seu dia a dia com suas próprias realidades. Sabem que
suas realidades são diferentes da maioria de seus colegas de escola.
Não devem ser excluídas ou discriminadas por isso, mas tão pouco
se pode negar, ou simplesmente excluir, a realidade da maioria das
crianças, e da sociedade, apenas para contentar a realidade de uma
minoria. Isso é mais que exclusão é aberração. Aprender a
conviver e lidar com nossas diferenças pessoais faz parte do
crescimento de um ser humano, desde a infância. Assim como a
frustração é parte essencial na formação de nosso caráter. Só
alguém desprovido de bom senso não é capaz de compreender
conceitos tão básicos e fundamentais.
A
discriminação de raça, cor ou opção sexual são em todas as
formas inaceitáveis. Mas quando os intelectualóides politicamente
corretos resolveram abraçar essas bandeiras e temperá-las com
discursos de políticas públicas de inclusão social e correção de
dívidas históricas, conseguiram o inimaginável: reacender
conflitos étnicos e preconceitos que, aos poucos, caminhavam à
extinção em nosso país. O preconceito é inerente ao ser humano.
Todos tendemos a olhar com estranheza aquilo que não faz parte de
nossa cultura, nossas vivências, nossas convicções. Portanto, é
perfeitamente natural que a maioria das pessoas ache “esquisito”
e estranhe casais homossexuais. Isso é natural e absolutamente
aceitável. O que não pode jamais ser aceitável é que se
discrimine pessoas por suas opções sexuais. Ninguém precisa
entender ou concordar, basta apenas respeitar. É o que se espera em
uma sociedade civilizada. E ao Estado cabe coibir toda forma de discriminação. Mas quando os ativistas das causas das
minorias LGBT – lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais
e transgêneros - passaram a adotar o discurso, (com vasto apoio
governamental), ou a postura, de que quem não concorda com suas práticas é
naturalmente homofóbico, criou-se um sentimento de ressentimento em
boa parte da maioria heterossexual que se sentiu agredida e
injuriada. O mesmo vale para as questões étnicas. Com a desculpa de
corrigir dívidas históricas pretende-se devolver terras aos índios.
Mesmo que para isso seja preciso despejar de suas casas centenas de
famílias que há mais de um século trabalham, produzem e criaram
suas raízes nessas terras. Pequenos agricultores. Pessoas simples,
que jamais mataram ou expulsaram os índios dessas terras. Gente
humilde que nesses campos fizeram suas vidas e criaram suas famílias.
Uma gente que hoje vive a incerteza de não saber para onde irão e
como vão sobreviver. Essa gente que antes nunca tivera raiva de
índio, hoje remói rancor e ressentimento. Não se pode corrigir uma
injustiça cometendo outra. São coisas que os alienados
politicamente corretos jamais vão conseguir enxergar. Para eles,
basta levantar a bandeira de um mundo cor de rosa e que danem-se as
consequências. Eles flutuam, sonhadores, em seus mundinhos de
fantasias utópicas, com seus discursinhos sem fundamento concreto,
pregando sorrateiramente o ódio entre as classes e etnias. Não
conseguem perceber que talvez o mundo fosse um lugar melhor sem eles
para atrapalhar.
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