domingo, 26 de setembro de 2010

Contribuição a este Blog do Povo Gaudério do Baixo Uruguai


Prezada Blogueira

Ala putcha! Como se fala quando se está embasbacado aqui pelo Baixo Uruguai.
Nesses dias que ando mais folgado do que aposentado de férias, andei passando o olhar pelo tal de Blog da Poliana, num computador a gasogênio que tenho desde o Século passado, e fiquei meio que encanzinado e deveras preocupado com a situação da dita cuja. Pobre da fulana, pois é mais sofrida do que vaca com mamite dando de mamá pra bezerro esfomeado. Coitadinha desta Poliana, tão ingênua e lastimosa. Uma santa criatura caída nas garras de uma Bruxa Má que não perdoa nem uns pequenos arrepios na conduta e na ética. Mas, vamos em frente que o gado já pastou e precisa beber água!
Até andei matutando, aqui com o zíper de minhas bombachas, se a dita Poliana não seria aparentada, de longe, talvez, com o meu finado amigo Poliânus, que foi lindeiro das terras do meu patrão, e que era assim chamado a guisa de apelido porque se dizia especialista encarregado de lustrar os fiofós da bicharada durante a Exposição Agropecuária, pra que eles, os fiofós, ficassem luzidios e tinindo e impressionassem os jurados e, principalmente, a platéia. Por sinal, nunca vi apelido mais apropriado, porque se o vivente era lustrador de fiofós, só poderia ser de fato um Poliânus! Ah! Ah! Ah!
Mas, voltando à Vaca Fria, antes que ela amorne de novo, fiquei muito encasquetado com essa tramóia toda que vem ocorrendo pelaí pelos pagos afora e adentro. Pois só se acha político sério se o gajo estiver com cólicas ou já borrado nos fundilhos, porque senão é um deboche só! Por falar nisso, aqui pelo Baixo Uruguai, que fica a muitas Sesmarias de campo daí do Alto Uruguai, já tem gaudério tirando proveito da pasmaceira moral porque passa a Terra de Pindorama, com tanta roubalheira e descalabros, que o compadre Astrogildo, conhecido alambrador deste lugar, tem tido umas ideias proveitosa para lucrar com a bandalheira que assola o solo pátrio. Pois não é que o Astrogildo, do alto de seus coturnos, andou inventando a “Guaiaca-Íntima” e a “Meia-Calça com bolsos” para facilitar a camuflagem dos dinheiros mal havidos , por uns e por outros, da situação ou da oposição. Assim, não vão ter os membros da corruptalha de plantão que valer-se de carpins, cuecas, corpinhos(vide corpetes) e outras peças de debaixo da vestimenta. Bah, que baita idéia essa! Por isso tenho aconselhado o taura inventor a patentear os troços todos, antes que algum vivaldino o faça. Isso vai vender mais do que camisinha em dia de fandango na Zona!
Buenas, trazendo de volta a Poliana à baila, já nem se estranha mais isso de ficar dando Cargos e Comissões para parentes, amigos e companheiros, porque, como dizia o meu amigo Zé Dirceu: “se não tem pra todos, primeiro pros meus! Porque, no fim, no fim, um por todos e todos por mim!”. Grande Zé Dirceu, que quase finou, mas não morreu!
O Brabo mesmo – e que me deixa com prurido nas meninges – é que um Velho Peão metido a vidente aqui pelas Barrancas do Baixo Uruguai, tido e havido como Adivinhador, anda prevendo que estamos prestes a ingressar no Estado Novíssimo, ou seja, na versão atualizada e mais poderosa da Ditadura do Estado Novo, já que – acredita ele – as cartas todas estão sendo jogadas para isso: populismo, assistencialismo, idolatria, descaramento institucional, desfaçatez e, principalmente, falta de vergonha nas caras oficiais e nas dos oposicionistas de meia-tigela.
O certo é que onde antes havia Bolsões de Miséria, hoje há Bolsões de Famílias com Bolsas Família, o que pode parecer trocadilho, mas o que rende de votos é quase uma odisséia! No Horário Eleitoral Oficial – que é mais sem graça do que piada requentada e mais comprido do que discurso de gago – se fazem mais promessas do que em véspera de Ano-Novo, e, o pior, é que mesmo as tevês sendo a cores os cretinos não ficam nem um pouquinho corados.
Fico bastante encafifado com este negócio das Prefeituras criarem o chamado Estacionamento Rotativo nas cidades, do Alto e do Baixo Uruguai, e, teimam em chamar estas áreas de Zona Azul. Mas quéquéisso?! Onde já se viu tamanha porqueira? Sou do tempo que as Zonas onde havia Alta Rotatividade eram chamadas de Zonas do Meretrício, que eram sempre alumiadas por possantes Luzes Vermelhas, que, portanto, jamais eram Azuis. E, ainda, a propósito das Zonas de Alta Rotatividade, aquilo que hoje a companheirada chama de Corporativismo, e que praticam de montão, no tempo das Casas das Luzes Vermelhas as chinas tinham que botar muito o corpo em atividade para poderem ganhar os pilas do dia-a-dia, daí o Corporativismo da sobrevivência, ou seja: tinham que dar de comer à noite para ter o que comer de dia! Arre Tasca! Na verdade comprovando o Velho Ditado: “É dando que se recebe”! Adágio este muito bem apropriado pela fauna governista de plantão. Ah! Ah! Ah!
E como dizia o outro, que ninguém sabe quem é: voltando de volta, dizem que vai para a Governança daqui da Província de São Pedro – não do São Pedro Simon, o Acenador, que gesticula mais do que marionete de circo – o Senhor Traço Gêmeo, o eterno Ministerioso, que ocupou mais espaço no Paço Federal do que o Exército no tempo da Redentora. Porque o Traço, que é Gêmeo e, portanto, tem duas caras, foi ministro de quase tudo, sendo mais conhecido do que Simpatia pra Soluço. Entonces, qualquer gaudério desletrado e andarilho, como um legítimo e bom gaudério, sabe, até por ouvir falar, que quem não esquenta lugar por muito tempo tem o rabo muito quente, o rabo solto ou o rabo inquieto, ou tudo duma vez só. O estranho, mesmo, é que os Traços, que são Gêmeos, portanto, paralelos e não encontráveis nem depois do infinito, não conseguem chamar para o seu lado nem a própria cria; a Irrequieta e Serelepe Prussiana Nora, aquela que vai ao PSol sem usar protetor Solar! Oigalê, tchê!
Já que o lixo está teimando em subir na vassoura, como dizia o amigo Elesbão, só mesmo dando pranchaços de facão!
Daí, talvez só o Todo Poderoso e Universal Presidente Cefalópodes Lula da Silva, que tem os pés na cabeça e que, muitas vezes, mete os pés pelas mãos, devesse intervir na questão e, por mares nunca dantes na história deste país navegáveis, fazer uma Metida Provisória, com a Marisa insossa mesmo, para obrigar à Prussiana Nora voltar aos braços do velho e demagogo pai, Traço Gêmeo, o Ministerioso!
Só sei que o Velho e Finado Karl Marx, que aqui pelas barrancas do Baixo Uruguai, desde o tempo da Ditadura, é cognominado de Carlos Marques, só pra disfarçar, deve andar se contorcendo no túmulo ao ver tanto Ex-querdista figurando de revolucionário por aí. Por exemplo, o Traço Gêmeo, tem sido o legítimo falsificador da famosa Mais-Valia comunista, porque para ele, Traço Gêmeo, diferente do que Marx preconizava: mais valia um bom cargo na mão do que um mamão no pé e sem cargo! Ainda, se na máxima Socialista era preconizado que: “A cada um segundo sua capacidade”; o senhor Traço, que é Gêmeo, foi se capacitando, se capacitando, e...pimba!
Pra encerrar esta pequena missiva, vou dizendo que a indiada daqui do Baixo Uruguai, que anda mais por baixo do que barriga de minhoca, tem medo é que nesse fudunço todo, quando acabar o Mel as moscas vão ser tantas que, lá pelas tantas, vai ocorrer a Revolução das Moscas, daí não vai ficar bosta sobre bosta! Porque, como dizia um Índio Velho, antigo Bolicheiro daqui do Distrito: “Quando Urna Eleitoral vira penico, se for urna eletrônica, o Botão de Confirma vira Descarga e o Povo, como sempre vai fazer o papel de Fossa! E o que confirma que o Papel aceita tudo é a própria existência do bom e leal Papel Higiênico! Ah! Ah! Ah!
Adios muchachos canpañeros de mi vida!

Zé Escarlate, o Rubro de Vergonha!

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Poliana a Injustiçada


Poliana estava roxa de inveja e raiva. Ouvira por Imprensa Livre boatos maldosos de vultuosas somas de dinheiro pagos em propinas a alguns membros de seu clã. Que injustiça! Poliana, a dedicada, não conseguira ainda, tão volumosa quantia. Nunca antes na história desse país o mundo fora tão cruel com Poliana. E ainda havia gente espalhando pelo reino que Poliana era uma menina de sorte. Que absurdo! Quanta insolência!
Poliana trabalhara muito para conquistar tudo que hoje tinha. Dera muito de seu suor em intermináveis comícios e passeatas. Fora fiel e brava batalhadora pelos interesses de seu clã. Defendera o paquidérmico projeto de apoio a companheirada (PAC). Sempre levantara a idéia de que a propina enriquece ao clã e expandia cargos, poder e votos. Com sua convicção nesse ideal de conduta multiplicara os amigos no poder. Dera cargos a medíocres, mas úteis aliados gerando centenas de empregos e muita, muita renda. Firmara alianças indecorosas. Vendera por mixaria o pouco de decência que ainda tinha. Conseguira, com um breve aceno de Vontade Política, sua varinha de condão, materializar lado a lado a Escola de Ensino Superior Poliana e o maior estacionamento público que seu reino já vira. Transformara um até então desconhecido lugarejo, na Capital Nacional dos Cartazzes. Colocara em prática o mais inusitado projeto de revitalização dos canteiros centrais, substituindo árvores por outdoors e banners, tudo muito ecológico e lucrativo. Botara em xeque as mais conhecidas e seculares leis da física ao conseguir que duas paralelas se encontrassem em um emaranhado de intersecções. Construíra moradias - pelo menos a sua estava ficando uma beleza! Fora a Capital Nacional e trouxera recursos, que se foram insuficientes era porque sempre preferira cuecas justinhas, eram mais confortáveis. Mas, mesmo demonstrando tamanho engajamento, não conseguira tanto dinheiro fácil como o destinado aos assessores da escolhida de seu guia, o Ilusionista. No ritmo que as coisas andavam por aqui, para conseguir tal montante teria de vender a preço de ouro toda a água do reino! Mas até nisso andava sem sorte, pois antigos companheiros de batalha estavam prejudicando a negociata. Ainda haviam pessoas que não entendiam a diferença entre querer o poder e estar no poder. O mundo pós-poder era muito diferente. Era preciso agradar aos seus e esquecer o resto. O povo que se alimentasse de migalhas e cartazzes. Ideais de justiça, liberdade e ética eram velhos e bolorentos discursos de Horário Eleitoral, só os tolos ainda acreditavam nessas ladainhas. E eram esses mesmos tolos que continuavam a atrapalhar Poliana. Não lhe davam sossego e estavam tirando-lhe do sério. Poliana precisava dar logo vazão a toda sua ira, por isso mandara construir mais alguns banheiros públicos. Tomara que terminem logo essa sua nova obra (talvez a única que conseguiria concluir durante todo seu reinado), pois não sabia quanto tempo ainda poderia se conter, pensa a flatulenta Poliana. Enquanto aguarda é melhor mesmo deixar as janelas abertas.

domingo, 12 de setembro de 2010

Poliana e o Ideal Farroupilha


O clã de Poliana fora conhecer um acampamento farroupilha. Quase sentiram-se em casa com tantas bandeiras a tremular, como em flashes de Horário Eleitoral. Desfilavam garbosos como reis frente a vassalos.

Mas por toda parte ouviam, do bravo povo gaúcho, palavras que não compreendiam.
Falavam, essa gente estranha, de liberdade, honra e valentia. Valores que em seu clã tinham muito pouca valia.
Poliana nunca entendera o ideal farroupilha. De que vale a liberdade de um povo e a sua guaiaca vazia. As armas que seu clã empunhava, com louvor e maestria, eram as destinadas a amordaçar rebeldia.
Qualquer alma haragana que tente se rebelar, logo o clã de Poliana tratará de cabrestear.
Na estância de Poliana uma só lei deve imperar: os fracos e excluídos com migalhas hão de se contentar, pois a riqueza dos pagos com seu clã deve ficar.
Mas o que a Poliana e seus amigos ainda não entendiam, eram brados de um povo brioso que em Campo Pequeno se erguiam.
O bravo povo gaudério, que pela igualdade e justiça sempre esteve a pelear. Não há de aceitar cabrestos, não se deixará encilhar.
Um ideal de liberdade não se deixa acorrentar. Esse pago é desse povo, que a desonra há de enterrar! No céu de nosso Rio Grande a estrela da falsidade jamais há de reinar.

Enquanto caminhavam por entre gaúchos e bandeiras a corte de Poliana escutava ao fundo o hino que tão pouco compreendiam.

“Como a aurora precursora
Do farol da divindade,
Foi o vinte de setembro
O precursor da liberdade.
Mostremos valor, constância, nesta ímpia e injusta guerra,
sirvam nossas façanhas de modelo a toda terra.
Mas não basta p'ra ser livre
Ser forte, aguerrido e bravo,
Povo que não tem virtude
Acaba por ser escravo.
Mostremos valor, constância,
nesta ímpia e injusta guerra,
sirvam nossas façanhas de modelo a toda terra!”

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

O Mentor de Poliana


Poliana aplaudia extasiada a volta de Horário Eleitoral. Que mundo maravilhoso! Quanta cor e alegria. Tanto progresso e crescimento. Nunca antes na história desse país tudo foi tão cor de rosa. Graças, é claro, ao seu mestre e mentor: o Ilusionista.
O Ilusionista era mesmo soberbo. Capaz dos mais inimagináveis feitos. O homem que entrou para história pela ambigüidade de seu caráter e a dualidade de suas intenções. Único ser sobre a face da terra cuja mãe nascera analfabeta (e provavelmente desdentada). Conhecido em todo mundo pela solidez de sua figura e a sordidez de seus atos. Manipulador de opiniões e adestrador da opinião pública. Capaz de transformar fatos concretos e corrupção descarada em desvio ético e perseguição política.
Encantador de intelectuais e vendedor de ilusões. Sempre pronto a empunhar com alvoroço a bandeira da democracia ao mesmo tempo em que afaga ditadores sórdidos e defende a tirania. Idealizador do projeto de amordaçamento da imprensa e da liberdade de expressão. Ilustre combatente do imperialismo e imperador de déspotas e oligarcas.
Economista e mentor do projeto de inclusão de dólares em cuecas. O homem que gerou milhares de cargos públicos para os membros de seu clã. Que distribuiu com grande pompa esmolas aos pobres e mensalão aos aliados. Autor do inigualável Programa de Apoio a Companheirada (PAC), que aparelha e lubrifica a máquina pública gerando emprego e distribuindo renda a sua constelação de amigos. Cientista e pesquisador exímio, capaz de transformar álcool em etanol e sal em petróleo. Tudo com um breve aceno de Vontade Política, sua varinha de condão (igualzinha a que Poliana também ostenta com desenvoltura por aqui).
Engenheiro responsável pela transposição de dinheiro dos cofres públicos para contas privadas. Sociólogo hábil na proclamação de românticos ideais socialistas e na socialização da mediocridade e cretinização da intelectualidade.
O único ser capaz de transformar assaltante e terrorista em uma cândida e virginal criatura. Feita sob medida para jamais fazer sombra ao seu criador. A estrela capaz de levar adiante seu grandioso projeto de uma nação plenamente livre para concordar com as suas - dele e de seu clã - tramóias e falcatruas. Apta a perpetuar seu celestial plano de bestialização da nação e perpetuação da miséria, dividindo o pão com velhos e novos amigos e dando migalhas ao miseráveis e excluídos.
Poliana, deslumbrada, assiste a tudo com um misto de fascinação e inveja. “Ainda há muito a aprender”, pensa Poliana. O caminho é longo e o tempo é curto, precisaria se esforçar para atingir tamanho desprendimento e competência. Mas sempre fora aluna esforçada e com o apoio de seu guia conseguiria transformar seu reino em uma pequena e próspera ilha da fantasia.