Semana da pátria. Que pátria é essa que se apresenta, assim
tão despudorada a seus filhos? Que país é esse que não se envergonha mais de
tudo aquilo que deveria ruborizar até a verde e amarela bandeira? Como pedir
aos massacrados e vilipendiados professores que preguem o certo e justo, nas
esfarrapadas escolas públicas brasileiras, quando o tráfico de drogas impera
soberano nos subúrbios e a imoralidade prevalece no Congresso Nacional?
Que triste modelo de conduta e prosperidade optamos por
apresentar aos filhos dessa pátria mãe gentil. Políticos corruptos ou omissos
inocentando seus pares. Condenados por crime contra a administração pública e
formação de quadrilha, agora, ao que parece aos olhos da nação, podem sentir-se
em casa, com uma ilustre e representativa quadrilha a lhe apoiar. Quadrilha
eleita e escolhida por nós. Com gente desse quilate a legislar, fica fácil entender
o porquê de tão poucos corruptos serem punidos no Brasil. Muito mais fácil compreender
que os condenados mensaleiros permaneçam impunes, enquanto os magistrados
ministros do STF se enredam nas artimanhas das leis criadas pelos quadrilheiros
do Congresso Nacional. Tudo está em seu lugar para àqueles que nenhum apego
demonstram a moral e a correção. Tudo parece pateticamente fora do eixo para os
demais. Pouco a pouco, sutil e
sorrateiramente, denigre-se para o povo a imagem do Judiciário também. A
população sente-se perigosamente órfã dos três Poderes. Essa nação que há
poucos meses foi às ruas exigindo educação e saúde padrão Fifa, ganhou como
resposta um congresso padrão Pampulha. Pode parecer deboche, mas é só um recado
de nossos tão criticados políticos à multidão que lotou as ruas pedindo o fim
da corrupção. Melhor nos calarmos e permanecermos em casa de agora em diante,
pois nada está tão ruim que não possa piorar. Afinal, os “pampulheiros” são
muito mais unidos e organizados do que nós, e contam agora, se já não contavam
antes, com gente qualificada para lhes chefiar e orientar.
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