Em Gigante Adormecido, as coisas iam de mal a pior. Para o povão,
inflação em alta, desemprego crescente e a esperança se esvaindo.
Para a Rainha Mãe, popularidade despencando, economia agonizando e
aliados prestes a roer a corda. Nunca antes na história do reino, um
monarca conseguira ser tão impopular para seus súditos. Mas o povo,
só é povo de fato quando aplaude estrelas. Em momentos de
desilusão e descrédito é apenas massa de manobra de Oposição e
de Imprensa Livre. Pobre povo, que só é soberano e útil quando
inocentes úteis.
E a companheirada, então, seria cômica se não fosse patética. Aqueles que em outras épocas bradavam eloquentemente como se estandartes da
moralidade fossem, hoje debatem-se indignamente justificando o
injustificável. Como crianças pegas em uma travessura, justificam
seus delitos de quadrilheiros com a singela alegação de que outros,
antes deles, cometeram os mesmos pecados. Picardia pueril. Uma coisa
precisava ser dita da fiel militância estrelada: não tinham
qualquer medo do ridículo.
Vítimas. Pobres vítimas são eles, os outrora destemidos
defensores da ética e da moral. São vítimas de golpismo, de
perseguição de Justiça, de conspiração midiática. Vítimas do
ódio. Do ódio das redes sociais, das ruas, do povo. Como sempre,
confundem os sentimentos e motivações. Não é ódio, é asco. O
coitadismo sempre esteve no âmago dos companheiros. Chafurdam como
porcos em pocilga ao se compararem aos perseguidos pelo nazismo.
Infâmia digna dos que há muito abdicaram da decência. Não se
envergonham disso também. Como não se envergonham dos roubos, da
corrupção e da imensa fraude que provaram ser.
E o simbolo máximo da total ausência de vergonha era justamente
ele, a estrela maior do grande clã. O pai dos pobres e criador da
Rainha Mãe. O Ilusionista. Quem já fora o rei dos reis, hoje
tornara-se o mais deprimente imperador dos cafajestes. Uma estrela em franca decadência, que seria merecedor de pena, não fosse o incansável
esforço que faz para, a cada dia, ser mais e mais merecedor de
desprezo. Agonizava indignamente em palanques apodrecidos, para
seguidores fiéis, mas cada vez mais minguados. Vociferando
impropérios e semeando estupidez, enlameava um pouco mais sua
biografia.
Que estranha gente era essa gente. Que curioso desapego mostravam
por um mínimo de dignidade. O poder, que a outros cega e corrompe,
aos companheiros e sua alienada militância causava dano maior. Os
apequenava. Perdiam a vergonha. A lógica. O senso de ridículo.
Perdiam quase tudo que tinha valor moral. Só não perdiam, jamais, a
fé inabalável na fraudulenta e putrefata estrela.
O povo e Gigante Adormecido sobreviveriam a companheirada, como
sobreviveram a outros no passado. Os companheiros e seus adestrados
simpatizantes, sobreviveriam a eles mesmos, suas hipocrisias,
mentiras e indignidades. Restaria-lhes sempre a boa e velha
ideologia. A crença inabalável de que os seus fins justificavam
toda sorte de imoralidades, será, algum dia, o epitáfio da estrela
decadente. Resta apenas esperar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Havendo dificuldades na postagem dos comentários, o campo URL poderá ser deixado em branco.