Era dia
de festa. Comemoração. Mais um aniversário da companheirada. Todos
os maiores líderes do grande clã estavam presentes. As centenas de
militantes gritavam entusiasmados seu orgulho pela reluzente estrela.
Esses filhos teus não fogem a luta, bradavam. Não até a polícia
federal chegar, ao menos. Uma lástima que a festa não fosse aberta
ao povão, afinal, pelo que hoje se sabe, é o dinheiro surrupiado do
povo que patrocina essa e tantas outras orgias vermelhas.
Para
aqueles que não faziam parte dessa seleta confraria, o evento
parecia uma junção de esquizofrênicos. Discursos delirantes,
repletos de teorias conspiratórias e total ausência de senso
crítico coroavam a festividade. Chá de coca! Ou alguma xaropada
alucinógena dos amigos bolivarianos. Devia ser isso que serviam aos
convidados e que estimulava os delírios de perseguição desses
esquerdopatas. Pena que a falta de caráter não possa ser atribuída
a uma droguinha qualquer. Mas como eram criativas essas figuras!
Deveriam se dedicar a dramaturgia. Uma lástima que a pirataria dos
cofres públicos seja muitíssimo mais lucrativa para eles. Uma perda
descomunal para o mundo das artes e para o bolso dos contribuintes.
O enredo
dessa vez é digno de Oscar. A maquiavélica Oposição e a poderosa
Mídia Golpista armaram um verdadeiro complô para desestabilizar o
clã estrelado e seu popular reinado. Como já haviam feito com o
conto da Carochinha que chamaram de mensalão. Ambas, com a
participação sorrateira de Justiça, inventaram um escândalo que
macula a imagem da gigante Estatal Petroleira, e que incrimina
falsamente os abnegados companheiros. Por que? Ora! Isso qualquer
esquizofrênico pode adivinhar. Para desvalorizar a Estatal e fazer
com que essa seja finalmente privatizada! Esse sempre foi o eterno
sonho de Oposição: vender nosso petróleo aos ianques. Só quem tem
cérebro não é capaz de enxergar o evidente conluio. E tem mais, é
claro. Sujar a imagem, sempre tão ilibada, da companheirada e
derrubar a Rainha Mãe. Por que? Para acabar com os incríveis
avanços sociais do magnífico reinado neo-socialista, é obvio
ululante! Oposição e os lacerdinhas que a acompanham não suportam
ver pobre comendo todo dia, e para por fim a essa afronta são
capazes de tudo. Tudo! Mas, Oposição, Mídia Golpista e a
dissimulada Justiça subestimavam a força e a coragem deles! Eles!
Os guerreiros do povo de Gigante Adormecido: os companheiros! A
Rainha Mãe conclamava os companheiros para de punhos erguidos
defenderem a amada estatal do petróleo. E com a mesma gana e
determinação que defenderam seus adorados mensaleiros, a
companheirada prontamente responde. O petróleo é nosso, gritavam em
êxtase. A Estatal é nossa! O pré-sal é nosso! O Estado é nosso,
também! Os carguinhos são nossos! A propina é toda nossa!...
Com
gente assim, tão determinada a vender mentiras e a continuar
assaltando os cofres públicos, a tal petroleira, que um dia foi
nossa, não corre o menor risco de sair do buraco. Deverá continuar
afundando, lenta e deprimentemente, até chegar ao pré-sal. E a
culpa, não é de quem a saqueou por anos. É de todos aqueles que
denunciam e divulgam a corrupção e os saques. Esse argumento, que
de tão ridículo ofende a inteligência de um povo, é e será
proferido pelas bocas de milhares de militantes alienados e
pseudointelectuais invertebrados. Como um mantra da imoralidade
consentida.
De fato,
em alguma coisa todos, até os que gozam de cérebro e senso crítico,
concordam com essa indecente e alucinada turminha. Tudo é deles. A
saqueada e naufragante estatal. Todos os milhões roubados do povo. A
corrupção gulosa e insaciável. Todo o descaramento e desfaçatez.
Tudo deles. Só a vergonha, essa não. Vergonha é condição de quem
tem decência. A vergonha é nossa. O prejuízo também.
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