sábado, 29 de março de 2014

A falsidade da rainha com a ideologia da ética

Poliana estava preocupada com os últimos acontecimentos que atingiam em cheio um de seus amigos e companheiro de clã. Mesmo sem grande alarido de Imprensa Livre sobre o assunto, o fato é que uma decisão de Justiça dessa natureza, podia trazer sérios problemas a rainha. Se já fora constrangedor à Poliana ter de afastar seu bobo das obras na época, tê-lo agora condenado por falsidade ideológica lhe daria bem mais do que desgaste na imagem. Poderia causar sérios desgastes em seu orçamento pessoal. E quem conhece sua alteza, bem sabe de sua ideologia socialista: melhor ter uma imagem repleta de escândalos de desvios éticos, mas as contas pessoais abarrotadas de dinheiro duvidoso, do que um mínimo de decência no uso da coisa pública com rentabilidade pífia em suas finanças. E um companheiro com a espada de Justiça no pescoço sempre podia resolver soltar mais a língua do que o combinado. Dormir na cadeia, mesmo com muitos privilégios, fazia até o mais descarado mensaleiro se abater. Que dirá um reles companheiro de menor quilate, estagiário na arte das maracutaias, peça pequena do singelo e iniciante esquema de Polianoduto.
A preocupação da rainha era ter de dispor, ainda mais, de seu suado dinheiro para acomodar um companheiro condenado, descontente e que sabia demais. Que dilema para nossa monarca! Nos últimos tempos já tivera de usar seu prestígio, influência e suporte financeiro para silenciar as línguas rancorosas dos companheiros e antigos parceiros nas falsas impressões de seu reinado, os irmãos Grafite. Se minguaram os magníficos cartazzes patrocinados com recursos públicos, alguém tivera de bancar os amigos para evitar que mais lama do que tinta fosse jogada em suas dispendiosas propagandas apontadas pela intransigente Justiça. Acomodar aos Grafite e evitar que estes se confessassem à Justiça, fora troco pequeno à Poliana e seu clã. Custo maior, parecia, seria fazer que seu antigo bobo das obras mantivesse a mesma serenidade e silêncio, ao se ver demasiado próximo das grades. Talvez, nem mesmo dinheiro transposto de guindaste pudesse pagar essa conta, preocupava-se a rainha. Só restava a sempre casta e límpida Poliana, esperar que, a fidelidade do companheiro condenado aos ideais de seu clã, de eterna perpetuação no poder, fosse maior que o pequeno dissabor de algumas noites atrás das grades. Afinal, quem joga no time da monarca, deixa, já no aquecimento, toda a vergonha de lado. Com isso contava a rainha. Por isso pagavam os fiéis, inocentes e honrados contribuintes.

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