No país
da intelectualidade rasa o que falta é um Robin Hood. Não carecemos
de educação de qualidade, única forma legítima de inclusão
social. Pelo contrário. Promovemos nos últimos anos o maior
apartheid social da história, oferecendo ensino pobre para pobres e despejando milhares de analfabetos funcionais no mercado. Jovens
incapazes de interpretar um texto ou resolver operações matemáticas
básicas. Jovens despreparados para o mercado de trabalho,
condenados ao subemprego, a perpetuar o ciclo de exclusão e a serem
eternamente tutelados pelo Estado. Afastamos cada vez mais pessoas
pobres daquelas que, com um pouco mais de condição econômica,
conseguem escapar da espúria educação pública brasileira.
Pretendemos corrigir a injustiça com cotas. Cotas para quem? Esses
jovens jamais chegarão perto das cotas. Talvez se pretenda criar
cotas para analfabetos funcionais também.
Mas
ensino público de qualidade não será jamais bandeira de nossos
intelectuais de botequim. Esses cérebros pensantes, formadores de
opinião, sonham com Robin Hoods tupiniquins. Revolucionários
sociais. Excluídos e marginalizados voltando-se contra a asquerosa
elite branca do mal. E elite é qualquer um que não more em favelas
e não dependa de programas assistenciais. E sendo brancos e de
elite, são necessariamente racistas, contra políticas de inclusão
social e sentem-se enojados e ameaçados pela ideia de que pobres
possam ascender socialmente e ocupar os mesmos espaços deles. Tudo
perfeitamente lógico para a turminha do botequim. Quem não
concordar com a teoria é, logicamente, do mal.
Nossos
intelectualóides adoram pobres e negros, mas não esses pobres e
negros que aí estão. Sonham com pobres e negros com ideal
revolucionário. Que peguem em armas para combater essa elite
opressora e desumana. Que cobrem, através da força, a tal dívida
social que a elite branca do mal carrega consigo no DNA. Não
descansarão, nossos esquizofrênicos pensadores, enquanto não
conseguirem uma legítima luta de classes. Jamais dormirão
tranquilos enquanto brancos e negros não se odeiem verdadeiramente
nesse país. Tudo é permitido em nome do ideal revolucionário
desses semeadores de imposturas. Eles têm sede de sangue. Não se faz
justiça social sem ódio e derramamento de sangue. Talvez fosse
possível através da educação. Mas educação não é bandeira
para intelectualidade rasteira das mesas de botequim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Havendo dificuldades na postagem dos comentários, o campo URL poderá ser deixado em branco.