domingo, 19 de janeiro de 2014

Fala sério! Procura-se um Robin Hood


No país da intelectualidade rasa o que falta é um Robin Hood. Não carecemos de educação de qualidade, única forma legítima de inclusão social. Pelo contrário. Promovemos nos últimos anos o maior apartheid social da história, oferecendo ensino  pobre para pobres e despejando milhares de analfabetos funcionais no mercado. Jovens incapazes de interpretar um texto ou resolver operações matemáticas básicas. Jovens despreparados para o mercado de trabalho, condenados ao subemprego, a perpetuar o ciclo de exclusão e a serem eternamente tutelados pelo Estado. Afastamos cada vez mais pessoas pobres daquelas que, com um pouco mais de condição econômica, conseguem escapar da espúria educação pública brasileira. Pretendemos corrigir a injustiça com cotas. Cotas para quem? Esses jovens jamais chegarão perto das cotas. Talvez se pretenda criar cotas para analfabetos funcionais também.
Mas ensino público de qualidade não será jamais bandeira de nossos intelectuais de botequim. Esses cérebros pensantes, formadores de opinião, sonham com Robin Hoods tupiniquins. Revolucionários sociais. Excluídos e marginalizados voltando-se contra a asquerosa elite branca do mal. E elite é qualquer um que não more em favelas e não dependa de programas assistenciais. E sendo brancos e de elite, são necessariamente racistas, contra políticas de inclusão social e sentem-se enojados e ameaçados pela ideia de que pobres possam ascender socialmente e ocupar os mesmos espaços deles. Tudo perfeitamente lógico para a turminha do botequim. Quem não concordar com a teoria é, logicamente, do mal.
Nossos intelectualóides adoram pobres e negros, mas não esses pobres e negros que aí estão. Sonham com pobres e negros com ideal revolucionário. Que peguem em armas para combater essa elite opressora e desumana. Que cobrem, através da força, a tal dívida social que a elite branca do mal carrega consigo no DNA. Não descansarão, nossos esquizofrênicos pensadores, enquanto não conseguirem uma legítima luta de classes. Jamais dormirão tranquilos enquanto brancos e negros não se odeiem verdadeiramente nesse país. Tudo é permitido em nome do ideal revolucionário desses semeadores de imposturas. Eles têm sede de sangue. Não se faz justiça social sem ódio e derramamento de sangue. Talvez fosse possível através da educação. Mas educação não é bandeira para intelectualidade rasteira das mesas de botequim.


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