terça-feira, 3 de novembro de 2015

FALA SÉRIO! As Peladas de Pelotas



Acadêmicas do Instituto de Ciências Humanas da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) fizeram, no último dia 26, uma manifestação em protesto à violência contra as mulheres (violência de gênero para quem não estiver adequadamente familiarizado com a nomenclatura moderna ou for um reles ignorante alienado). Pacíficas e legítimas representantes das mulheres, ditas, feministas. Mulheres, nós, que somos segundo alguns, uma minoria sem direito à voz e a vez, e que necessitamos de um “coletivo” qualquer que nos represente, que honre o sexo feminino - ou a categoria - como entendem algumas das estudadas manifestantes de Pelotas. Viraram notícia essas feministas manifestas. Ganharam a mídia e as redes sociais.
Envergonharam a imensa maioria das mulheres desse estado e desse país. Vergonha?! Sim! Como mulher me envergonhei ao ver os vídeos de estudantes dessa ilustre Universidade pública, seminuas ou completamente nuas, meio bêbadas ou plenamente chapadas e fora de si, balançando os seios em frente ao prédio da tradicional Universidade Federal de Pelotas, constrangendo os demais colegas que tiveram as aulas suspensas. Me enojei ao saber que urinavam em baldes e derramavam seus adoráveis dejetos revolucionários sobre as paredes do antigo prédio público. Prédio de uma tradicional Faculdade gaúcha. Lugar onde deveria se aprender a pensar, agir, e a cultivar o saber. Me envergonhei, como mulher, ao saber que algumas feministas-manifestantes masturbavam-se no saguão do prédio da histórica faculdade. Indignação, vergonha e rancor sentiram, tenho certeza, a imensa maioria das mulheres ao saberem que homens, também estudantes, foram agredidos, verbal e fisicamente, pelo simples e imutável delito de serem homens. Tudo isso em um ato que se dizia contrário a “violência de gênero”. Me revoltei, não como mulher, mas como indivíduo, contra a incoerência, a arrogância, e a soberba irracional daquelas desprovidas de senso crítico, de cérebro e de conteúdo. Me decepcionei enormemente, sem qualquer forma de acalanto, com as mal desculpadas linhas públicas divulgadas pela Universidade Federal de Pelotas, que se preocupou muito mais em não ferir os ideais do pequeno e despudorado grupo do que com a imensa maioria de seus alunos que tiveram seus direitos desrespeitados e as aulas suspensas.
Tenho certeza que as mulheres de Pelotas ou do Rio Grande, mesmos aquelas que sofrem no dia a dia violência de qualquer natureza, não sentiram-se representadas pela manifestação das jovens letradas, algumas futuras professoras, da UFPEL. Sentiram-se constrangidas. Se a violência contra a mulher é uma realidade da qual precisamos como sociedade discutir, coibir e combater, não será com cenas de masturbação explícita ou gritos de intolerância contra os homens que avançaremos um só milímetro. Felizmente, a nós mulheres, esse tipo de postura agressiva e totalitária não macula ou desmerece as mulheres, desvaloriza e empobrece apenas e tão somente as peladas de Pelotas. Que essas meninas, um dia tornem-se mulheres, e sejam dignas do gênero que tanto dizem representar. Por enquanto, são apenas tolas e inconsequentes. E não representam a ninguém, a não ser a elas mesmas.

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