Acadêmicas
do Instituto de Ciências Humanas da Universidade Federal de Pelotas
(UFPEL) fizeram, no último dia 26, uma manifestação
em protesto
à
violência contra as mulheres (violência de gênero para quem não
estiver adequadamente familiarizado com a nomenclatura moderna ou
for um reles ignorante alienado). Pacíficas e legítimas
representantes das mulheres, ditas, feministas. Mulheres, nós, que
somos segundo alguns, uma minoria sem direito à voz e a vez, e que
necessitamos de um “coletivo” qualquer que nos represente, que
honre o sexo feminino - ou a categoria - como entendem algumas das
estudadas manifestantes de Pelotas. Viraram notícia essas feministas
manifestas. Ganharam a mídia e as redes sociais.
Envergonharam
a imensa maioria das mulheres desse estado e desse país. Vergonha?!
Sim! Como mulher me envergonhei ao ver os vídeos de estudantes dessa
ilustre Universidade pública, seminuas ou completamente nuas, meio
bêbadas ou plenamente chapadas e fora de si, balançando os seios
em frente ao prédio da tradicional Universidade Federal de Pelotas,
constrangendo os demais colegas que tiveram as aulas suspensas. Me
enojei ao saber que urinavam em baldes e derramavam seus adoráveis
dejetos revolucionários sobre as paredes do antigo prédio público.
Prédio de uma tradicional Faculdade gaúcha. Lugar onde deveria se
aprender a pensar, agir, e a cultivar o saber. Me envergonhei, como
mulher, ao saber que algumas feministas-manifestantes masturbavam-se
no saguão do prédio da histórica faculdade. Indignação, vergonha
e rancor sentiram, tenho certeza, a imensa maioria das mulheres ao
saberem que homens, também estudantes, foram agredidos, verbal e
fisicamente, pelo simples e imutável delito de serem homens. Tudo
isso em um ato que se dizia contrário a “violência de gênero”.
Me revoltei, não como mulher, mas como indivíduo, contra a
incoerência, a arrogância, e a soberba irracional daquelas
desprovidas de senso crítico, de cérebro e de conteúdo. Me
decepcionei enormemente, sem qualquer forma de acalanto, com as mal
desculpadas linhas públicas divulgadas pela Universidade Federal de
Pelotas, que se preocupou muito mais em não ferir os ideais do
pequeno e despudorado grupo do que com a imensa maioria de seus
alunos que tiveram seus direitos desrespeitados e as aulas suspensas.
Tenho
certeza que as mulheres de Pelotas ou do Rio Grande, mesmos aquelas
que sofrem no dia a dia violência de qualquer natureza, não
sentiram-se representadas pela manifestação das jovens letradas,
algumas futuras professoras, da UFPEL. Sentiram-se constrangidas. Se
a violência contra a mulher é uma realidade da qual precisamos como
sociedade discutir, coibir e combater, não será com cenas de
masturbação explícita ou gritos de intolerância contra os homens
que avançaremos um só milímetro. Felizmente, a nós mulheres, esse
tipo de postura agressiva e totalitária não macula ou desmerece as
mulheres, desvaloriza e empobrece apenas e tão somente as peladas de
Pelotas. Que essas meninas, um dia tornem-se mulheres, e sejam dignas
do gênero que tanto dizem representar. Por enquanto, são apenas
tolas e inconsequentes. E não representam a ninguém, a não ser a
elas mesmas.
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