Bombas
explodiam a cada momento. Mísseis varriam o céu nebuloso.
Estilhaços voavam para todo lado. Uma densa fumaça encobria a
realidade e dificultava a visão. Conflitos na Faixa de Gaza? Não.
Campanhas em Horário Eleitoral. Na impossibilidade de se usar bons
argumentos e propostas consistentes, opta-se pelo mais fácil:
chafurdar na latrina. O terrorismo é sempre uma boa estratégia
àqueles desprovidos de decência.
Frente
a possibilidade concreta de se verem apeados do poder através do
voto popular, a companheirada desce um pouco mais os degraus da
moralidade. Como se não houvessem descido o bastante quando
defenderam, de punhos erguidos, criminosos condenados. Com escândalos
de assalto aos cofres públicos estourando feito bombas, defendem-se
como rege sua cartilha, semeando mentiras e cultivando o medo.
Bastante pitoresco o fato de terem chegado onde estão com o
comovente discurso de que a esperança vencera o medo. Agora, o
terror deve se sobrepor as propostas. Tudo perfeitamente explicável
e justificável quando se trata da manutenção de um importante
projeto. Projeto esse, que já absorveu cifras incontáveis de
recursos públicos. O PAC! Programa de Acomodação da Companheirada.
O mais efetivo projeto implantado pela turma em mais de uma década,
tirando milhares de companheiros do ócio
mal remunerado e garantindo-lhes uma tetinha pública inesgotável. E
o medo de perder uma boquinha faz até companheiro vencer a pouca
disposição em suar a camisa e resolver arregaçar as mangas e partir para a
Luta Livre de ética, modalidade preferida desse time.
Precisamos
defender o petróleo, que é nosso! Brada a companheirada, liderada
por seu messias, o Ilusionista – com as mãos sujas, mas não de
petróleo. E nosso, é preciso que se traduza, quer dizer deles, os
companheiros. Quadrilha essa, que armada de emblemáticos discursos
contra a malfadada privatização de empresas públicas de exploração
do petróleo, entregou a dita Estatal à pilhagem e roubalheira de
seus comparsas. É a inclusiva política de companheirização da
coisa pública. Se com o braço abraçam a empresa, com a mão lhe
surrupiam a carteira. E para defender o projeto criminoso de poder
dos quadrilheiros, do pescoço para baixo tudo é canela. Mentir faz
parte da democracia, acreditam eles, profissionais da mentira.
Denegrir é um direito Constitucional. E roubar dinheiro do povo, é
só um lapso momentâneo de conduta. Sorte dos bandidinhos nos
presídios, poderem aprender com gente assim, tão qualificada quanto
desprovida de vergonha quando submersa em falcatruas e escândalos de
corrupção.
Os
baluartes da moralidade e da defesa das minorias, precisam convencer
a todos que seus oponentes são justamente aquilo que eles próprios
representam: intolerantes religiosos, patrocinados pelos
horripilantes banqueiros, incompetentes na gestão da coisa
pública, semeadores do analfabetismo funcional. A odiosa Oposição
pretende retirar os direitos dos trabalhadores, que voltarão a ser
escravos, como os cubanos. Acabará com os benefícios assistenciais,
e o povo passará fome. O futuro se tornará negro, como o chorume
onde hoje chafurdam. Só não acusam os seus opositores de corruptos, afinal, essa pecha é monopólio dessa quadrilha que sempre há de se orgulhar do difícil título conquistado no
reino da impunidade.
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