domingo, 27 de novembro de 2011

As Falsas Impressões de Poliana


Os companheiros da rainha estavam ainda ressabiados e exauridos com a última crise de estrelismo da megalomaníaca Poliana. Seus corpos doloridos tinham dificuldades em se acomodar nas duras cadeiras do castelo. Como sempre ocorria, depois de um fiasco da realeza e sua corte, uma interminável reunião para as costumeiras mijadas e puxões de orelhas dos bobos de Poliana. Alguns bobos, que guardavam ainda certo resquício de cérebro e bom senso, questionavam-se até quando sua alteza continuaria a fechar seus adoráveis olhinhos de biscuit para o que era óbvio e gritante: as impressões que Poliana tinha de seu reinado eram tão falsas quanto eram falsas as impressões de seus amigos. Poliana e seus amigos só enxergavam aquilo o que lhes era conveniente enxergar. Qualquer mudança de padrão, textura, cor, peso ou medida, que não fosse oportuno ao fiel e unido grupo seria sempre oportuna e estrategicamente ignorado. Tudo, é claro, em nome do clã e do ideal socialista. Vieram ao mundo, Poliana e seus asseclas, para dar um novo colorido as falsas impressões desse reinado. Chamava-se a isso, oportunistamente, de reinado de oportunidades. E eram tantas as oportunidades de se fechar os olhos para o que estava a sua frente ou se franzir o nariz para a podridão que lhe cercava que Poliana preferia o conforto de sua redoma e a companhia agradável e ilusória de seus alienados companheiros e fantoches reais.
- Não podemos continuar permitindo que esse tipo de notícia acabe nos ouvidos de imprensa Livre companheiros. Precisamos reverter essas manchetes. – discorria Líquen motivador.
- A questão principal é como iremos mostrar aos súditos que a popularidade da rainha e seu reinado é maior do que a tal pesquisa diz que é.
- Como foi que vocês permitiram que Imprensa Livre saísse às ruas para indagar a população sobre a popularidade da rainha? Não havíamos combinado que manteríamos essa linguaruda intrometida bem longe da opinião pública? – pergunta Poliana, como sempre irritadiça. – E quem foram essas pessoas entrevistadas que ousaram discordar desse primoroso reinado e de sua espetacular rainha? Quem deixou essa gentalha falar?
- É muita gente Poliana! Tenha paciência. Não dá pra gente sair por aí ameaçando todo mundo. Esse negocinho de email e telefonema anônimo parece que não funciona com Imprensa Livre. E com a tal intimidação corpo a corpo nós temos que convir que causamos mais riso do que medo.
- É, eu ouvi falar sobre essa última fracassada tentativa de amendrontar Oposição. É a piadinha do reino. - lastima-se Poliana - Por falar nisso onde é que estão nossos companheiros, os irmãos Grafite?
- Estão em casa, com indigestão. Excesso de café e falta de bolachas, dizem as más línguas.
- Parece que estão se cagando... quero dizer, deve ser algum andaço daqueles.
- Você sabe como são os irmão Grafite, Poliana. Adoram um foguinho quando tem os fósforos na mão, mas se borram de medo de enfrentar as conseqüências. Por isso tem sempre alguém em quem possam jogar a culpa no final.
- Muito boa estratégia! Exatamente como eu faço com vocês meus bobos. E por falar nos Grafite, fiquei pensando se não foi a economia de tinta em meus adoráveis cartazzes o motivo dos súditos não enxergarem o quando é maravilhoso e colorido meu reinado.
- Talvez seja isso rainha. Nossos companheiros, os temidos irmãos Grafite, em sua ânsia por crescer e aparecer, talvez tenham economizado ainda mais nas tintas e com isso deixado nosso reinado mais apagado e deprimente do que é.
- Só pode ser isso. Não pode haver outra explicação plausível para o povo não reconhecer tudo aquilo que não fizemos. Na democrática pesquisa de opinião feita aqui mesmo na corte eu obtive altos índices de popularidade.
-O que falta Poliana, é colocar mais cor nos outdoors que mostram nossos feitos, assim o povo vai conseguir ver o mundo tão fantasioso e colorido como nós vemos.
- Ordenarei aos Grafite que parem de economizar na tinta e na qualidade do papel. Precisamos melhorar nossa aparência.
- Mas e os recursos Poliana, você sabe... dinheiro.
- Dinheiro não é problema. Como sempre dissemos em nossos proféticos discursos: é tudo questão de vontade política e prioridades. Vamos tirar dinheiro da educação que ninguém percebe; saúde que é um saco sem fundo e saneamento que ninguém sabe o que é. Assim tudo será colorido e ilusório como os desejos da plebe e acabaremos de vez com as falsas impressões de nosso reinado. – decreta Poliana sempre superfaturada de idéias, mas pobre em execuções.

4 comentários:

  1. Gentarada entrem no blog contraponto. Tudo sempre tem dois lados. Bjuuuuuuuuuuuuuu

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  2. quem blog é esse nao consegui achar. manda o link

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  3. BOMBA muito mais as fotos da POLIANA do que o blog da Poliana. Meu Deus que tesão, procurem na internet, aquela moça que queria ser paniqueti e agora irá pousar para plaiboy.

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  4. uai... ai ai ai ... Eco eco eco...
    onde estão os outros? outros? outros? estamos sozinhos neste blog? og... og... não deu ibope esse post? ost.. ost?
    Que peninha.

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