sábado, 9 de julho de 2011

FALA SÉRIO



Ontem, os meios de comunicação noticiaram que nossa Presidente da República ofereceu a Hugo Chaves tratamento médico oncológico em nosso país. Muito nobre de nossa governante, digno de uma grande estadista que almeja cadeira na ONU. Revoltante para nós brasileiros que vemos dia a dia pessoas agonizarem em cadeiras e macas das centenas de emergência superlotadas desse país de governos insensíveis e imorais. O tratamento e acomodações dignas, que nossa presidente oferece ao aprendiz de ditador venezuelano que persegue jornalistas e opositores em seu país, é diariamente negado aos brasileiros honestos, que sustentam as tolices, imbecilidades e mordomias de políticos de moral duvidosa e de mãos sujas por propinas e mensalões. Os trabalhadores brasileiros íntegros precisam mendigar por meses a espera de exames básicos para o diagnóstico de doenças graves. Peregrinam nas emergências em busca de atendimento. Profissionais sobrecarregados e mal remunerados sucumbem diante da falência e desestrutura do sistema público de saúde, enquanto nossos governantes se locupletam escandalosamente com os recursos que faltam ao SUS. Nossa presidente, tão preocupada com a saúde do megalomaníaco Hugo Chaves, articula com seus líderes e apoiadores no congresso para que a Emenda Constitucional 29, que aumentaria substancialmente as verbas para o SUS, permaneça engavetada por mais uma década. Não demonstra por seu povo, que democrática e legitimamente a elegeu como sua representante, nem um décimo da humanidade e compaixão que esbanja pelo presidente do país visinho.
A mesma Dilma estadista se recusou a receber a Prêmio Nobel da Paz, Shirin Ebadi, modelo de luta pelos direitos humanos e contra a tirania do ditador iraniano Mahmoud Ahmadinejad. Não quis desagradar outro de seus amigos que promovem a tortura e pregam o anti-semitismo. A defesa de torturadores e bandidos, nossa democrática e abnegada presidente, deve ter herdado de seu antecessor, o já candidato em campanha Luis Inácio. O ex-presidente, que apesar do discurso em prol da democracia também foi incansável na defesa de governos ditatoriais que perseguem a liberdade de opinião, e de terroristas. Também um estadista, que coroado de covardia, no apagar das luzes de seu último dia de governo assinou documento impedindo que o assassino terrorista Cesare Batisti, julgado e condenado na reconhecida democracia italiana pelo assassinato de quatro pessoas, fosse extraditado e entregue a justiça de seu país. Vergonhosa decisão avalizada por um Supremo Tribunal de Justiça eternamente conivente com a imoralidade e a corrupção. De um sistema judiciário preguiçoso e servil, que se esconde atrás de subterfúgios jurídicos para justificar sua inércia frente às iniqüidades de nosso país não se esperava atitude mais digna. Decência e retidão provaram nossos pomposos e arrogantes magistrados, não se aprende ou se compra, em bancos escolares. Moral, caráter e ética, provam nossos digníssimos representantes, não se adquire nas urnas. Nas urnas, ao que tudo indica, se conquista o direito de trocar a dignidade de um povo por poder e libertinagem.
A nós brasileiros resta esperar. Não por dignidade na hora da doença. Não por uma saúde de qualidade, universal e gratuita como prevê nossa Constituição Cidadã, escrita por nossos indignos parlamentares. Não por justiça, aplicada por magistrados sonolentos e descompromissados. Esperamos nós, os brasileiros, por uma inesquecível e dispendiosa Copa do Mundo de Futebol! Que no campo das ilusões possamos ser um gigante de oportunidades e glórias e esquecer o descaso e o deboche perene de nossos fieis e desprezíveis representantes.

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