domingo, 17 de abril de 2011

A Paranóia de Poliana



Objetos voadores não identificados foram vistos sobrevoando o reino. Poliana, amedrontada, se encolhia sob os lençóis. Que seres seriam esses, que estariam a lhe espreitar na escuridão? Teria Poliana exagerado em seus esforços de divulgar suas fantasiosas e extraordinárias realizações que despertara a atenção de seres de outras galáxias? Estariam esses extraterrestres interessados em abduzir nossa engenhosa e popular rainha?
Ou quem sabe seria alguma estrela fugidia, revoltada e contrariada com a natureza menos marxista de Poliana, indesejável para os seguidores mais ortodoxos de seu clã? Mais um astro descontente com a socialização dos carguinhos no reino de Poliana?
Ou seria o velho e arguto Alquimista, sempre a levitar sobre seu reinado, talvez agora um tanto mais inflado que o habitual? E se fosse outro membro detestável da maquiavélica Imprensa Livre a lhe armar mais uma arapuca midiática?! Por céus! Mais um desarranjo daqueles, ela não agüentaria!
Talvez fosse Zangão, o sisudo, que voltava ao reino tentando lhe intimidar com seu poderoso ferrão. Vinha solito, já que seu enxame de abelhas parecia fenecer frente alguma peste esquisita digna de profundo estudo de apicultura.
E se na verdade o tal OVNI, tivesse sido um grande complô articulado e armado contra Poliana por todas essas figuras juntas, pensa a cada vez mais paranóica rainha. Desesperada ouve o ruído aterrador vindo dos céus. Cobre ainda mais a cabeça com os travesseiros. Um rugido ensurdecedor parecia cortar o céu, sobrevoando o castelo. A hora do juízo final chegou antes do previsto. Era para acontecer só no ano que vem - pensa a trêmula e apavorada Poliana. Minutos depois, Poliana é acordada de seu estado de torpor e choque por um de seus pajens que lhe informa: perdera a belíssima apresentação da Esquadrilha da Fumaça.

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