sábado, 11 de junho de 2011

Poliana, a Injustiçada


Enfim os holofotes! Poliana já sentia saudades das grandes manchetes. Afinal, havia semanas que não ocorria nenhum escândalo em seu límpido reinado digno da grande mídia. Poliana passara dias a assistir, com contido despeito, todas as luzes voltadas para o mascote preferido da rainha mãe, a Escolhida. Apesar de toda sua sincera devoção ao grande clã, não conseguia deixar de sentir certo prazer com a reincidente queda de uma estrela tão querida pela fina flor do movimento socialista. Poliana já estava farta de ver manchetes sobre a exuberante cobertura e o impressionante crescimento financeiro de seu respeitável companheiro. Não entendia porque tanto espanto e alarde com feitos tão corriqueiros. Comprar uma coberturazinha e multiplicar seu patrimônio era muito simples, até Poliana conseguira. E ninguém fizera propaganda do fato. Imprensa Livre era mesmo muito simplória, não tinha qualquer noção de investimentos. Deveriam participar do Curso de Formação de Pilantras que estava sendo ministrado essa semana por grandes caciques de seu clã. Estrelas de primeira grandeza, mestres do descaramento. Com eles Poliana aprendera noções básicas de como investir sem remorso nos recursos públicos. Aprimorara a infalível técnica de hipnotizar a massa com conceitos utópicos e ideologias vazias, enquanto abarrotavam suas cuecas com as merecidas propinas.
Agora o reino de Poliana voltara a ser notícia. Novamente por problemas de entendimento. Não bastasse a implicância crônica da tendenciosa Imprensa Livre, agora até a tal Justiça dera de se intrometer no reinado Poliana. Data vênia! Era mesmo o fim dos tempos. Poliana tinha que concordar com seu velho companheiro da boina verde, quantas saudades da democracia Cubana! Aquilo sim era lugar digno de se viver. Aqui, qualquer um se acha no direito de dar pitacos em suas desprendidas decisões. Quem Justiça achava que era pra questionar o infalível senso de direção de Poliana? Justo ela, que sempre soubera onde pretendia chegar. Sempre dirigia suas ações para acomodar confortavelmente seus amigos nas melhores vagas. Tudo regido pelo claro princípio da economicidade, pois seus companheiros economizavam bastante uma vez que o contribuinte pagava a conta. Tudo perfeitamente justo e ajustável aos sempre valorosos interesses de seu clã. E a Justiça (que além de cega, surda e muda, devia estar também esclerosada) tivera a audácia de questionar a multiplicação de vagas com redução de faturamentos aos cofres públicos. Que coisa mais mesquinha, só se pensa em dinheiro. Onde foram parar os ideais socialistas? Poliana inconformada pensa: “Quanta injustiça há nesse reino. Ainda bem que essa tal de Justiça aparece muito pouco por aqui. Costuma hibernar por anos, não é muito afeita ao trabalho, e se move como uma lesma. Não fosse assim, essa gigantesca Nação não seria esse fértil solo de descaramento e imoralidade que nos mantém.”
No grande reino do Gigante Adormecido, entre o lícito e o moral concorrem tolos e espertos. Vence sempre quem oferecer mais a nobre corte e ofertar menos a seus súditos. A Justiça, acomodada em seus confortáveis lençóis de seda, assiste a tudo inerte e omissa. Entre um cochilo e outro, se manifesta. Para sua inércia crônica, usa as mesmas desculpas de pilantras e falastrões. Perdeu há tempos a dignidade e credibilidade proclamada em juramentos e discursos. Com sua conivência, ineficiência e condescendência, aproximou-se lastimavelmente daqueles que devia combater. Abandonou o respeito por seu povo. Perdeu a confiança de seu povo que, crédulo como sempre, ainda espera que Justiça possa renascer das cinzas e se redimir por anos de impunidade.

11 comentários:

  1. Hahahahahahha, estava demorando pra aparecer algum rolo DELES né, e pelo o que o juiz falou teve rolo mesmo.

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  2. Imagine o dia em que houver um reino onde a Justiça não for nem cega, nem muda, e muito menos esclerosada! Talvez mais do que faixas azuis irão ser vistas.

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  3. Se o José Castor fosse tão bom no ofício de construção, quanto tu és na arte de versar contos, tenho certeza que a escola do São Cristóvão não teria tido problemas estruturais mesmo sendo nova.

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  4. Quero ver se os companheiros de Poliana vão ter coragem de ameaçar Justiça como fazem com Imprensa Livre. Será que tem macho aí?

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  5. Bem, pelo que eu conheço do "José Castor" ele ao menos não é ladrão, nem fornece merenda estragada para as crianças e também não faz negócios imorais com verbas publicas como as secretarias da fazenda, administração e obras não é...sem falar no resto como pagar uma fortuna por um computador bagaceiro para dar para os professores.

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  6. To começando a achar que tem gente que não matou crianças o bastante na barragem da corsan!
    Lugar de assassino é na cadeia, não?

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  7. AMIGA, TU NEM FAZ IDÉIA DAS "INJUSTIÇAS" QUE SERÃO PERPETUADAS AO "REI"...VIRÃO OS CONTAINERS DO LIXO (R$ 6,3 MILHÕES) E AGORA DESCOBRIRAM OS "PARQUÍMETROS"...TENS IDÉIA DO CUSTO DE CADA UM !?!
    O QUE QUERES !?! DEPOIS DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, LEGALIZAR O "CASAMENTO" DA VIADAGEM EM GERAL E DAR FOROS DE LEGALIDADE AO USO DA MACONHA. OU SE MORALIZA ESTE PAÍS OU LOCUPLETEMO-NOS A TODOS. ATÉ A VI CONFERÊNCIA.

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  8. hahaha. Que desespero dos reaças! Vocês deviam ir todos viver na Arabia Saudita, ou então na Colombia!

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  9. ou na venezuela ou em cuba hahahahahahahahhhhahhahaahahahha petelhos petralhas

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  10. Computador bagaceiro? ... Mas não eram computadores apreendidos (Paraguay) pela receita federal? ... e distribuídos ... para que o Franginha fizesse demogagia na entrega??? ... E como é que ficam os trouxas que a pouco tempo quebraram paredes e muros para instalarem as caixas de lixo Marrom/amarela, agora não vai valer mais? ... Vão ter que levar o lixo ao containers na esquina? ... só porque não foi ideia deles .... Mas o prejuízo é do Contribuínte... Nada muda ao Norte do Rio Grande amado... que já não progredi a passos tão gigantes... Há muito tempo não vemos Empresa de destaque se instalando em Erechim, entre outras... Acho que somos do MSN (Movimento dos Sem Novidades). Tá mais p dormindo em berço esplendido... Abraço. Não percam o ânimo.

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  11. Cada computador custou quase 1900 reais, sendo que o preço de mercado dos mesmos na época era de 1300 reais, e ai, como se chama isso? e quem ganhou dinheiro com isso? quem perdeu ja sabemos, com certeza foram os erechinenses.

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