sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Um Troféu à Poliana


Em frente ao espelho Poliana sorria satisfeita. Estava cada vez mais orgulhosa de suas proezas. Tinha certeza de que conseguira surpreender a todos com sua sagacidade e inteligência. Seus esforços foram recompensados com o merecido troféu Rainha no Gerenciamento Sustentável Sustentado pelos Súditos. Dessa vez, tinha certeza, deixara Oposição roxa de inveja. Nunca antes na história de todo o reino alguém conseguira fazer tão pouco com tanto estardalhaço. Por cada canto em que se passava era possível ver o que faltava. Mas para cada coisa mal acabada ou não começada havia sempre uma promessa ou um vistoso outdoor. E o povo, todos sabem, adora promessas e ilusões. Poliana sabia como poucos plantar falácias e colher bons e suculentos frutos. Frutos que seriam, como sempre, divididos entre seus inúteis, mas criativos bobos e aliados. Ao povo, é claro, sobram os bagaços.
“Espelho, espelho meu! Existe no reino alguém mais astuta do que eu?” – pergunta a deslumbrada Poliana a um espelho mudo de espanto e asco.

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