domingo, 25 de julho de 2010

A FÁBULA DE POLIANA


Poliana anda triste, desanimada, nostálgica até. Sente saudades de Horário Eleitoral. Este sim era lugar bom de se viver. As pessoas eram alegres e festivas. O céu era sempre azul, nunca chovia. Sem, chuva também não havia barro ou buracos no asfalto. Crianças limpinhas e perfumadas corriam saltitantes para seu colo. Não havia ranho, remela, meleca ou piolhos. Os velhos não pareciam tão velhos, e os doentes esbanjavam saúde. Se tropeçava nas palavras, era só editar. Se a imagem não lhe agradava: photoshop. Todos, absolutamente todos os problemas eram resolvidos com um simples aceno de Vontade Política, sua varinha de condão.
Aqui em Mundo Real, tudo é diferente. Vontade Política teima em não funcionar. Pessoas fazem cobranças, críticas, denúncias, queixas. Não é possível editar. Existe a tal Imprensa Livre, sempre a se manifestar. Quem diabos libertou essa fulana?! Certamente algum crédulo sonhador que não compreende que Imprensa Livre e Democracia são personagens das fábulas de Horário Eleitoral. Servem para entretenimento apenas. Não devem ser levadas a sério. Imprensa Livre anda passando dos limites. Tripudia até de sua magnífica obra de engenharia, capaz de ludibriar até as leis da física ligando Nada a Lugar Nenhum. Não entendem, os tolos, a importância histórica de tal feito.
No Mundo Real, até mesmo a mais notável produção de seu reinado, a fundação da Escola de Ensino Superior Poliana, não foi um ato de sua Vontade Política. Com sorte, após dezenas de festas de inauguração, discursos e comemorações seus súditos acabem acreditando que sua varinha de condão materializou sozinha este antigo sonho. Sonhos e ilusões alimentam o povo tanto em Horário Eleitoral quanto em Mundo Real.
Em Horário Eleitoral havia tanta saúde. Os doentes não precisavam nem sair de casa, curandeiros desabavam em suas cabeças, solícitos e atenciosos, trazendo maravilhosas poções milagrosas de pura vitalidade. Poliana não entende! Em Mundo real, não sobram curandeiros! Eles não nascem do chão como musgo ou ervas daninhas! Seus bobos da corte sempre diziam que haveria curandeiros em número suficiente, e que eles trabalhariam de graça, apenas por pão e circo. Poliana nunca fora boa em matemática, por isso acreditou. A culpa deve ser da chuva que teima em cair em Mundo Real. Deve ter afogado os curandeiros que já estavam brotando dando lugar apenas a buracos no asfalto. Em breve, Imprensa Livre reclamará também dos buracos. Que mundo cão!
O que tranqüiliza Poliana é a chegada dos Jogos Mundiais. Nessas épocas de festividades, Imprensa Livre deve voltar os olhos para outros reinados, deixando Poliana descansar. Poliana adora os jogos. São tantas os rostos alegres e as coloridas bandeiras tremulando, igualzinho em Horário Eleitoral. Enquanto os jogos não começam, Poliana se distrai nos espetáculos da OP (Orquestra Partidária). Nesses eventos seus bobos da corte e magos regem de forma primorosa sua orquestra. Conseguem com muita aptidão e magia convencer os espectadores presentes a querer o que nunca almejaram e alcançar o que jamais precisaram, no mais fantástico festival pirotécnico e de ilusionismo já existente. Poliana vai ao delírio! É pura catarse.

2 comentários:

  1. Buracos e mais buracos, ja dizia um velho ditado bota amarela , "se buracos fossem flores erechim seria um jardim"

    ResponderExcluir
  2. Vamos lá pessoal precisamos de mais seguidores, mas não com codinomes não identificaveis, só 5 está feio, vamos lá pessoal chega de covardia de esconder a cara de só falar pelas costas só buchichos temos que ter coragem de sustentar e afirmar em publico o q pensamos pois senão estaremos perdidos com essa tropa de animais burros.

    ResponderExcluir

Havendo dificuldades na postagem dos comentários, o campo URL poderá ser deixado em branco.