terça-feira, 30 de junho de 2015

As intermináveis obras de Poliana


 O reino de Poliana era mesmo um lugar deveras pitoresco. Repleto de obras que, se não eram faraônicas na magnitude, ganhavam ares e pompa de grandes realizações nas propagandas oficiais. É bem verdade que atualmente até a vasta e cara assessoria de marketing de sua alteza já andava cansada de anunciar há anos os mesmos e mofados feitos, eternamente não concluídos. O mote do reinado de nossa rainha parecia ser o seguinte: não concluir para sempre ter o que divulgar.
E assim o tempo corria e o tapume que cercava o pequeno castelo histórico já virara monumento oficial e se incorporara a imagem e ao dia dia do reino, como os buracos no asfalto. Ambos, é claro, não apareciam nos novos banners ou antigos cartazzes.
O cercamento do velho mato, então, demonstrara ser uma obra de complexidade descomunal. Pelo ritmo que andava, prometia demorar mais que a construção da pirâmide de Queóps. Para desgraça da equipe de mídia e pirotecnia, que precisava se esforçar para conseguir ângulos diferentes do único lado do muro com alguns metros conclusos e em lento andamento há mais de um ano. Mas estava ficando uma belezura, vangloriava-se Poliana, com seu inseparável óculos cor de rosa.
E se, por um lado, as chuvas desesperavam Poliana pelo surgimento desordenado dos malfadados buracos no asfalto, por outro, eram uma dádiva dos céus, pois faziam seu povo esquecer outra de suas propaladas obras megalomaníacas, a transposição picareta. Tomara, rezava nossa monarca, que as chuvas não a abandonassem nos próximos meses. A estiagem faria seu povo lembrar daquele enjambre ridículo que Poliana e sua corte venderam com muito estardalhaço e confete anos atrás. Uma gambiarra tão grotesca que seria cômica, não fosse vergonhosa. Mas não para Poliana, a rainha do descaramento pago com dinheiro público, e para quem tudo é permitido desde que saia bonito na foto.
E se circular pelas ruas do reino era uma prova digna das estradas do rally, estacionar era o mais perfeito exercício de paciência e perseverança. Mas tudo estaria plenamente resolvido com mais uma anunciadíssima mega produção de nossa alteza: o anel viário. Não havia uma só alma de contribuinte, comerciante e motorista desesperado que não tivesse ouvido uma centena de vezes o anúncio do tal miraculoso anel, capaz de solucionar todos os problemas de trafegabilidade e estacionamento do reino. Os súditos da rainha, um tanto incultos, não entendiam bem do que se tratava. Os bobos de sua alteza, ao que parecia, também não. O povão ignorante já acreditava que o tal anel seria algum projeto extraterrestre que abduziria os veículos na hora do rush, tal a propaganda dos milagres da tão demorada obra. Talvez fosse por isso que da noite para o dia cada vez surgiam mais e mais riscos brancos no asfalto do reino, pensava o povo. Alguma utilidade deveriam ter aquelas porcarias, além de reduzirem ainda mais as escassas vagas de estacionamento, acredita o contribuinte. Deviam ser sinais para os alienígenas, conclui o povão, cada vez mais confiante de que a solução para seu reino só poderia mesmo vir de outro planeta, pois da rainha e dos bobos dessa terrinha, só se colhe promessas, propaganda enganosa e anos e anos de espera.

domingo, 21 de junho de 2015

As estações mudam, mas Poliana não muda


 Dentro de sua redoma de vidro fumê, Poliana observava seu reino nesta fria e nublada primeira manhã do inverno. Passados tantos invernos como soberana popular e carismática, seu reinado parecia estar se desgastando, quase tanto como desgastado encontrava-se o velho e rachado castelo real. Poliana, sempre tão otimista, já não tinha certeza de quem ruiria primeiro: ela ou o histórico prédio. Nem mesmo a blindagem cor de rosa de sua redoma protegia sua alteza da dura realidade do mundo real. Se, em tempos de vacas gordas, com recursos jorrando sobre seu estrelado reino, não conseguira sequer tapar os buracos no asfalto, como faria agora para cobrir os rombos no orçamento?
- Parece, Espelho Mágico, que o nosso alinhamento era tão perfeito que nos alinhamos até na desgraça. - constata Poliana, dirigindo-se ao seu fiel objeto.
- Como sempre, alteza, devo concordar. Esperemos que sua popularidade consiga escapar do alinhamento, caso contrário estaremos em maus lençóis. Em tempos de crise, será necessário muito mais do que bater uma bolinha na periferia, servir linguiçinha para o povão e inaugurar churrasqueiras. O povo costuma ficar bastante rabugento quando a crise bate em suas portas.
- Mas o que mais eu posso fazer, Espelho Mágico? Gerenciar as finanças do reino é como trafegar nas nossas vias públicas. É só desviar de um buraco para cair em uma cratera! - lamuria-se a sofredora monarca.
- Nesse momento, rainha, é hora de mostrar a que veio. Você precisar cortar Poliana!
- Os pulsos? - pergunta a monarca, depressiva, desembrulhando um de seus adorados bombons de amarula.
- Não. Os gastos.
- Eu estou cortando! Mas cada vez que eu corto uma coisinha, a maldita Imprensa Livre e as odiosas redes sociais, se unem para me desmoralizar. Gentinha desocupada e sem noção de economia. - resmunga Poliana, a monarca incompreendida.
- Você cortou o quê, alteza? - questiona o Espelho, desconfiado.
- Fotocópia para as crianças nas escolas.
- Sei... - suspira o outro, medindo as palavras para não desencadear as conhecidas crises de destempero da rainha. - Não seria o caso de cortar algo um pouco mais supérfluo?
- Eu cortei! Cortei ambulâncias e socorro, e quase fui linchada por isso! - lamuria-se.
- Com todo respeito, alteza, mas cortar recursos para crianças e doentes não me parece lá estrategicamente muito inteligente. - rebate Espelho Mágico.
- Você está me chamando de burra, seu espelho imprestável?! - exaspera-se Poliana, com seu conhecido timbre esganiçado.
- Claro que não, magnânima! Todos sabemos o quão profunda é sua inteligência e sabedoria! Tão profunda quanto o pré-sal! - ensaboa o Espelho para evitar uma crise de estrelismo real. - "E quase tão inexplorada, também." - completa em pensamento. - Talvez, alteza, esteja lhe faltando assessoria.
- Assessoria, é? Pode ser. Talvez eu deva criar mais umas pastas e contratar mais bobos e pajens. - reflete a rainha, saboreando outro bombom.
- Pelo amor de Deus, Poliana! Você já tem tantos bobos da corte e pajens que, se por desgraça, todos resolvessem comparecer nos seus locais de trabalho o velho castelo desmoronaria por excesso de peso!
- Esse risco não corremos. O de todos meus bobos e pajens resolverem trabalhar, quero dizer. A maioria deles nem sabe onde fica o castelo. Quanto ao castelo desabar, é bastante provável, devo admitir. Ele parece um pouco surradinho, visto de perto. - afirma, dando de ombros e levando mais um bombom de amarula à boca.
- Pois é isso mesmo que estou tentando dizer! Seu reinado tem mais glúteos que cadeiras. E, definitivamente, mais cabeças do que cérebros. É preciso cortar cabeças, Poliana!
- Cortar meus adoráveis bobos e pajens? - pergunta a rainha, perplexa.
- Isso mesmo.
- Mas então, quem irá concordar comigo?! Massagear meu ego em momentos de crise? Enxergar o mesmo reino cor de rosa que eu? E carregar minhas malas nas viagens?!- apavora-se Poliana, frente a um cenário tão catastrófico.
- Pense um pouquinho, Poliana. Você tem um bobo da corte só para carregar sua bagagem. Outro bobo para coordenar a pintura dos estacionamentos oblíquos. E mais outro para cuidar das duas únicas câmeras de segurança do reino. E assessores, então?!São duzias deles! Veja só a pasta de Marketing, Mídia e Ilusão de Ótica? Tem um assessor só para tirar fotos suas, outro para fazer fotoshop, outro para editá-las e um bobo só para divulgá-las. E cada um desses, tem um outro assessor para fiscalizar o serviço. Tem pasta que tem mais chefes que subordinados, Poliana! Tem até chefe que recebe salário para chefiar a si mesmo!
- Da forma como você pinta, Espelho Mágico, parece mesmo que há um pouquinho de exagero.- pondera a rainha, reflexiva.
- Ufa! Até que enfim caiu a ficha. - respira o outro, aliviado. - Você finalmente vai cortar o que está sobrando, rainha?
- Claro que sim! - confirma a monarca, erguendo-se decidida. - Preciso tomar coragem e ousar!
- Bravo, Poliana! É isso que o povo espera de uma verdadeira monarca!
- Pois, assim será! - anuncia - Começarei cortando a contratação dos serviçais aprovados no concurso! Como você bem me alertou, já temos gente demais. Não podemos nos dar ao luxo de admitir ainda mais médicos ou professores. Os salários deles são estratosféricos, todos sabem. Não devemos esbanjar o suado dinheiro do contribuinte. Depois, cortarei um pouco dos remédios distribuídos à população. São tantas variedades que os doentes nem vão dar por falta de alguns itens. Quem sabe cortar alguns exames também? Com tantas academias ao ar livre construídas por mim, o povo deve andar com a saúde em dia. E as viagens! Poderemos cortar as viagens! Não as para a Costa do Sauípe, é lógico, mas podemos reduzir a quilometragem absurda do transporte escolar.
- Mas, Poliana... - tenta retrucar o desesperado Espelho Mágico.
- E o mais importante de tudo! - grita Poliana, apontando o dedo para o surpreso espelho. - Você, seu espelho estúpido, vai voltar para a gaveta de onde não devia ter saído! Se eu quisesse escutar críticas e verdades, ouviria o povo e aquelas ridículas redes sociais! - continua a rainha, rubra da mais legítima indignação. - Já pra gaveta, e não me saia mais de lá! Você vai mofar por lá junto com minha ideologia socialista e todas as promessas de Horário Eleitoral. - sentencia Poliana, soberana absoluta em soluções estapafúrdias para momentos de crise, e a liderança perfeita para um exército de sem serventia remunerados com dinheiro público.

domingo, 14 de junho de 2015

Poliana, a rainha da praia


 Os tempos eram de crise econômica, dinheiro minguando e obras paradas. Mas não no reino de Poliana. Por aqui dinheiro público jorrava, e o local era um verdadeiro canteiro de obras. Poliana era mesmo uma rainha digna de inveja. Ninguém conseguia fazer milagres como ela. Sua visão administrativa e esquizofrênica só se comparava a de sua estrela guia, a Rainha Mãe de Gigante Adormecido.
Pois, não é que enquanto o nosocômio local agonizava lenta e tragicamente em dívidas e déficits, serviços médicos eram adiados por falta de pagamento, doentes deixavam de ser atendidos e fornecedores eram empurrados com a barriga, nossa monarca tinha outras prioridades. Pensar em doenças e doentes só trazia mau agouro, acreditava Poliana, com seu jeitinho cor de rosa de ver o o mundo. Era preciso mudar o foco. Criar uma agenda positiva. Para isso, precisaria de ajuda divina. E como a fama de seu clã era de fazer o diabo, nossa rainha acreditava que era necessário comprar o apoio do divino. Assim, abrira as torneiras públicas para obras de boa fé. E era um torneio de puxadinhos em igrejas. Banheiros em capelas. Dezenas de churrasqueiras e duzias de canchas de bochas em salões paroquiais. Metros e metros de ripas de forros de sacristias. Para acalmar a comunidade, e garantir que um pouco de cimento e argamassa fossem vistos lambuzando alguma coisa no reino, sua alteza pulverizava recursos em salões comunitários e associações de moradores. Dois, três metros de piso aqui, mais um pouquinho de reboco ali, mais meia dúzia de churrasqueiras e canchas de bocha acolá (eta povinho para comer churrasco e jogar uma bochinha, surpreendia-se Poliana). E assim, sem fazer quase nada, sua alteza vangloriava-se de fazer quase tudo, e de grão e grão, iam-se os parcos recursos dos contribuintes.
Mas para os mal amados que criticavam a forma participativa e democrática de distribuição de dinheiro público de nossa rainha, ela tinha a resposta na ponta da língua: é o povão que decide! O povo clama por essas obras, e o anseio do povo é o meu anseio também, afirma Poliana, com os olhinhos de biscuit rasos de lágrimas complacentes. O que posso eu fazer se o povo prefere canchas de bochas a medicamentos? A veia esportiva está na alma de meus súditos, acredita a monarca. E sua consulta popular comprova isso. Pois não é que uma das demandas mais votadas pela população foi justamente o investimento num tradicional esporte local. O beach soccer! Futebol de praia, para os mais ignorantes. Isso mesmo!Esporte praticado por essas bandas desde a colonização. Na barranca do rio, e na beira dos açudes, provavelmente. Mas, os 175 mil que Poliana doaria caridosamente a essa modalidade aparentemente tão em moda por aqui, prometia ser só o começo. Nossa rainha, com sua visão de longo alcance, sonhava com voos ainda maiores. Ao invés de transpor, a cada veraneio, milhares de cidadãos locais para as praias de outros reinos, pretendia nossa alteza, transpor o mar e a areia do oceano para cá! Transformaria seu reino, tão desprovido de atrativos turísticos, na mais alta praia do mundo, situada a quase 800 metros do nível do mar. As ridículas obras de Dubai se turvariam de inveja frente a visão e empreendedorismo de nossa soberana.
E como no fantástico reino de Poliana, antes e ao final de tudo, está a propaganda, sua equipe de marketing já trabalhava freneticamente no projeto. O layout da campanha publicitária estava quase concluído. Em poucas semanas seria o assunto principal de Imprensa Livre. Constava de uma imensa foto colorida e ensolarada, com um montinho de areia, um baldinho de água, e uma pazinha de brinquedo. Em cima, a manchete: “Transposição do oceano já está operacional.”
Seria só correr para torcida, comemora Poliana, a rainha do churrasco, da bocha e, agora, do beach soccer! Que sorte desse povo viver em um reino tão ensolarado, sem miséria, sem falta de leitos ou excesso de doentes, e onde a bola corre solta nas areias do futebol de praia. Ou no bolso dos contribuintes desatentos.

domingo, 7 de junho de 2015

Ajustando o cinto do povão


 Nossa Rainha Mãe estava cada dia mais esbelta. E satisfeitíssima com suas novas formas. Pretendia ser uma monarca renovada nesse segundo tempo de seu reinado. Sua famosa dieta era pura eficiência. Perdia medidas a cada dia, comemorava sua alteza. A cada semana menos pontos na balança. A exemplo da economia de seu reino, que despencava vertiginosamente. Os especialistas em nutrição e metabolismo alertavam a rainha de que, em breve, seu emagrecimento iria perder força e estacionar. Os especialistas em economia não eram tão otimistas. Estacionário ficaria o crescimento do reino, sabe-se lá por quanto tempo. A inflação prometia enxugar o orçamento do povo. Os que mais sentiriam os trágicos efeitos seriam os mais pobres. Justamente a nova classe média. Aquela classe média criada pelos marqueteiros reais. A que come, mora, e pasmem!, até anda de avião, com menos de meio salário. Uma obra de ficção da realeza, mas que fizera bonito nas propagandas oficiais. Agora, quem prometia fazer bonito nas fotos era sua alteza real.
Para auxiliar na dieta e acelerar a perda de peso, a Rainha Mãe resolvera pedalar. Pedalava para gastar as calorias que consumira em excesso nos últimos anos, obedecendo as leis da física. Diferente de suas pedaladas fiscais. Essas serviram para maquiar o fato de ter gasto mais do que podia, contrariando a lei de responsabilidade. E o bom senso administrativo. Com força e vigor, pedalava ladeira acima, enquanto o poder de compra de seus súditos rolava ladeira abaixo. Era preciso muito trabalho, incentivavam os preparadores físicos e personal trainers da rainha. Já faltava trabalho e o emprego encolhia, anunciavam as estatísticas.
Para manter a saúde e boa forma física, a Rainha Mãe fizera importantes ajustes e cortes em sua alimentação. Nada de carboidratos e gorduras. Doces então, nem pensar! Novos hábitos para superar anos de excessos e negligência. Para recuperar a economia, quase perdida por anos de negligência e excessos, quem faz ajuste é o povão. Nada de seguro desemprego, em tempos de desemprego crescente. Pensões, então, nem pensar! O povo precisava entender que era necessário fazer sacrifícios em nome da saúde fiscal.
Uma pena que as dietas alimentares não fossem como a economia do reino, pensa a monarca, esfomeada. Quem dera pudesse terceirizar as restrições e sacrifícios de sua dieta ao povo, também. Nem tudo é perfeito, constata a rainha de formas enxutas e popularidade raquítica, já sonhando com os pães de queijo e doce de leite de sua terra natal.

segunda-feira, 1 de junho de 2015

A reforma das raposas


Um verdadeiro complô contra a Rainha Mãe. Uma rebelião de velhos caciques aliados, era o que parecia. Se as intenções não eram das mais éticas e transparentes, o fato é que o parlamento resolvera assumir o seu papel. Deixara, por hora, a postura de anos de submissão e subserviência a realeza. Resolvera legislar, finalmente! Afinal, era para isso que foram escolhidos por seu povo.
Reforma. Que benção seria uma boa e sólida reforma nesse reino caindo aos pedaços. Uma reforma política cairia como uma luva no lugar onde políticos tastaviavam de podres. O parlamento resolvera promover a tão sonhada reforma, afinal. Com uma rapidez desconhecida e estranhada pelos súditos, já que há anos a tal reforma era apresentada por todos os mandatários da vez como bandeira de mudanças. Estranhamente, quando no poder, esqueciam o tema em alguma bolorenta gaveta. Dessa vez seria diferente. Dessa vez sairia do chão. O povo aplaudia, incrédulo. Enfim, as coisas mudariam nesses reino, como prometido.
Mas, como milagres não costumam ocorrer por essas bandas, o povo estava iludido e demasiadamente esperançoso. A tal reforma política não seria, de fato, a alardeada mãe das reformas. Não passaria de um remendo. Um enjambre. Nada que pudesse repercutir verdadeiramente no sistema eleitoral, na vida ou escolha dos eleitores. O parlamento ensaiara, encenara, e apresentara um aperitivo. Tudo estava em seu lugar. Na hora de alterar as regras do jogo que lhes são vantajosas, eles, os parlamentares, deixam tudo como está. Melhor não arriscar e perder as mordomias. Também, seria excessivamente otimista esperar uma mudança tão drástica do parlamento. Mesmo que as coisas não saíssem exatamente como esperava o povo, congressistas mais independentes e livres do cabresto real, eram um sopro de vida novo nesse reino onde imperam as relações impróprias, e os interesses do povo passavam sempre a margem.
E novos e emocionantes episódios dessa inusitada luta eram prometidos para breve. O povo acompanharia cada capítulo com detida atenção. A rebelião de velhas raposas aliadas prometia dar muita dor de cabeça a Rainha Mãe e sua corte. Entre egos inflados e feridos, quem sabe, o povo pudesse vir a ter um parlamento de verdade, e não mais um puxadinho do palácio real. Aguardemos os próximos capítulos dessa saga.